Apresentação!

Olá pessoal, bem-vindos ao TOME O PULSO!, este espaço destina-se a publicações de relatos de casos e outras informações que venham a ser interessantes.
O blog tem o intuito de promover a interação dos seus visitantes com os casos, solicitando a estes que analisem e descubram o diagnóstico e procedimento utilizados para a situação que está sendo apresentada.
A origem dos casos são várias e confiáveis, boa parte publicados em sites internacionais, que são traduzidos e aqui apresentados da forma mais fidedigna possível.
Quando for solicitada a opinião do leitor quanto ao diagnóstico, fique atendo para barras de outra cor, o diagnóstico ou resposta correta aparecerão quando selecionarem esta barra, tente dar seu diagnóstico antes de ver a resposta. Outra forma de avaliar seus acertos será com a publicação de um caso que somente terá sua resposta publicada quando sair um novo caso, ou seja, você poderá dar seu diagnóstico por comentário e então conferí-lo um tempo depois no próximo post. Qualquer dúvida entre em contato.
Por hora penso que seja isso, conforme a carruagem anda as melancias se ajeitam.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

DÊ O DIAGNÓSTICO: HOMEM DE 30 ANOS COM HISTÓRICO DE RASH CUTÂNEO

Autor: Dr. Adam R. Taintor

Identificação

Paciente do sexo masculino, de 30 anos de idade, nascido em Guadalajara, México.

Anamnese

Anteriormente a esta manifestação, o paciente apresentou um histórico de 2 anos de rash cutâneo. Este rash teve início em membro inferior esquerdo, como uma pequena mancha de coloração rósea. Posteriormente, esta lesão tornou-se branca e então, lentamente espalhou-se, mantendo uma borda rosada.
Dois meses antes do início dos sintomas atuais, o pacientes queixou-se de “queimação” no membro superior esquerdo. Nesta ocasião, buscou um dermatologista, para avaliação de “vitiligo” e iniciou tratamento com cetoconazol em creme para tínea versicolor. Não havendo melhora, foi solicitada uma biópsia.

Exame físico

Paciente aparentando estar em excelente estado geral. Seu braço esquerdo, tórax, costas e abdômen apresentavam áreas dispersas de lesões de tamanhos pequeno a grande (1 – 8 cm), com hipo-despigmentação central e bordas rosadas. (Figuras 1-3).

LESÕES NO DORSO DO PACIENTE (Fig. 1)





LESÕES EM MEMBRO SUPERIOR (Fig. 2)





LESÕES TORÁCICAS (Fig. 3)





NÓDULOS EM TORNOZELO (Fig. 4)


A sensibilidade tátil estava preservada, mesmo nas áreas despigmentadas. Não foi palpado nenhum espessamento de nervos em braços, pernas ou pescoço. Não observou-se acometimento da face.


Histopatologia

A microscopia óptica, por colocaração H&E (Figuras 5-7), observavam-se agregados linfocitários e histiócitos em todas as camadas da derme, mas eram mais extensivos na derme superficial, com presença de zona de Grenz. O infiltrado extendia-se a diversos nervos cutâneos, com múltiplos fócus de proliferação perineural.

Microscopia em menor aumento (Fig. 5)





Aumento intermediário (Fig. 6)





Microscopia em maior aumento (Fig. 7)
PERGUNTAS:

O Tratamento também é uma questão que vocês podem responder, por favor coloquem nos comentários as suas opiniões.


A discussão, tratamento e referências serão postadas antes do próximo caso, aguarde...

domingo, 26 de setembro de 2010

HISTÓRIA DA MEDICINA - ANTIGUIDADE (01) - Medicina e vida e pós-morte (01)


ANTIGUIDADE
Época em que nas diferentes partes do mundo e nos diferentes graus de evolução, as sociedades não se baseavam sobre uma interpretação racional do mundo. Assim, as doenças, o nascimento e a morte, eram considerados de acordo com a visão que se tinha das realidades mágica, religiosa e ritual.
Medicina e vida e pós-morte
A entrada da civilização na Antiguidade é marcada pelo surgimento da escrita, da roda e do arado (4.000 a.c à 3.500). A possibilidade de troca de informações e consciência de que o ser humano era capaz de controlar a natureza traz consigo a idéia de que também era possível controlar sua própria vida. Ela, consequentemente, passa ser tema de estudo. Surge assim a Medicina. Prolongar a existência terrena, livrar e aliviar o sofrimento dos doentes passa a ser tão importante quanto existência pós-morte.




Os limites da vida ultrapassam a morte, e é preciso cuidar da vida no pós-morte tanto quanto da terrena.

(Texto de Felipe Tomazelli)


sábado, 25 de setembro de 2010

HISTÓRIA DA MEDICINA - INTRODUÇÃO

A história da medicina, foi e ainda é contada de diversas maneiras. Uma delas é a exposição a céu aberto nas paredes externas do Hospital Santa Catarina (São Paulo) e pode ser apreciada 24 horas por dia.
A obra explora o fenômeno da arte e da ciência médica como intervenção humana no ciclo natural da vida e morte. A infinita batalha do Homem para sobreviver e sua relação com as questões existenciais.


Um trabalho de MARCO ULGHERI, EDUARDO CURY e DIEGO ORTEGA

A cada semana (domingos) será postado um dos quadros de bronze contando a evolução da medicina. E isso começará amanhã.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

CRIANÇA DE 3 ANOS COM DOR NO QUADRIL

       Uma criança de 3 anos foi levada ao pronto socorro com reclamação de dor no quadril esquerdo. Sua mãe disse que ela acordou com a dor e se recusou a caminhar o dia todo por causa da mesma. A paciente teve febre baixa e simplesmente “não estava ativa como normalmente”.
     A mãe levou a filha ao pediatra durante a manhã naquele dia. O pediatra diagnosticou otite bilateral e prescreveu um “xarope rosa potente” de amoxicilina. Quando a mãe perguntou ao médico o porque a criança tinha dor no quadril, ele simplesmente disse que ela “dormiu de mal jeito”. A mãe afirmou que aquele profissional não examinou a perna da filha de forma alguma.
     A criança parecia não estar melhorando, então a mãe a levou para o pronto socorro da cidade para outro atendimento.
     Quando a perna foi examinada a criança manteve seu quadril em flexão, rotação externa e abdução, chorava com qualquer movimento da articulação coxo-femoral. Os exames sensoriais, motores e circulatórios distais estavam intactos, os exames foram feitos na medida que o paciente permitia. Havia edema ++/4+ sobre as articulações, ela não conseguia sequer andar. E o exame otoscópico apresentou-se dentro das normalidades.
     Decidiu-se solicitar alguns exames laboratoriais, a contagem de células brancas estava em 13000 com 91% de segmentados. O VHS estava em 120.


     Qual é o diagnostico? Como ele é feito e qual é o tratamento?
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     A Cultura mostrou Staph. aureus, o qual é responsável pela metade dos casos de artrite séptica aproximadamente.
     Uma boa análise de artrite septica pediátrica no quadril encontra-se em Wheeless’ Online Orthopaedics, o critério de Kocher inclui  apoio de peso não do lado afetado, taxa de sedimentação>40, febre, e a contagem de leucócitos> 12.000. Quando todos os 4 critérios estão presentes, artrite séptica tem 99% de probabilidade. Quando 3 destes estiverem presentes, a probabilidade cai para 93%.


     O diagnostico requer aspiração da articulação ou senão ultrassonografia ou fluoroscopia.O tratamento requer drenagem cirúrgica e o uso de antibióticos. O tratamento preliminar é geralmente uma cefalosporina de terceira geração – com os resultados da cultura em curso. Tenha em mente que MRSA é um problema cada vez maior (sem trocadilhos), e que a vancomicina IV pode ser necessária. Também tenha em mente que pacientes com anemia falciforme são propensos a infecções por salmonela nos ossos e articulações. Infelizmente, a artrite séptica pode levar a muitos problemas no quadril a longo prazo, tais como a displasia, deformidades no desenvolvimento da anca e artrite posinfecciosa - mesmo com os cuidados adequados.

     Adendo: Pra você que ainda não leu o Novo Código de Ética Médica, baixe-o aqui: 

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

FRATURA COM ACOMETIMENTO NERVOSO

As respostas do caso anterior (DOR ABDOMINAL AGUDA EM PACIENTE DE 76 ANOS) são respectivamente: (Selecione Para Ler)

  • Pneumoperitônio consequente de perfuração de úlcera abdominal;
  • Raio-X de tórax/abdomen e
  • Tratamento cirúrgico, antibióticos de amplo-espectro, controle da dor, hidratação EV.
Vamos ao próximo caso então:

FRATURA COM ACOMETIMENTO NERVOSO




Um menino de 13 anos chega no pronto-atendimento após cair de seu quadriciclo. Seu braço estava doloroso e deformado no cotovelo. Ele apresenta dormência em seu primeiro, segundo e terceiro dedos do membro acometido.
Qual é o diagnóstico? Qual problema mais lhe preocupar? O que você deve monitorar com mais atenção? Qual é o prognóstico?


RESPOSTA (Selecione para ler): Fratura Supracondiliana de Cotovelo Tipo III com provável lesão do N. Mediano


Com déficit sensorial nos 3 primeiros dedos da mão, o paciente provavelmente tem uma lesão do nervo mediano. Observe também a “mancha” escura imediatamente posterior ao segmento distal da fratura.

Classificação de Gartland para Fraturas Supracondilianas:
Tipo I: Fratura sem desvio ou com desvio mínimo;
Tipo II: Fratura desviada, mas com a região cortical posterior intacta;
Tipo III: Fratura completamente desviada com total “desassociação” dos segmentos da fratura.


Comprometimento vascular ocorre em até 20% das crianças com fratura supracondiliana. Em alguns casos pode-se desenvolver Síndrome Compartimental ou contraturas isquêmicas. A Sd. Compartimental ocorre infrequentemente e pode ser de difícil diagnóstico quando há lesão do nervo mediano, já que a dor estará diminuída. Pode-se considerar a aplicação de um oxímetro de pulso contínuo para ajudar a monitorar a perfusão, ou então manometria do compartimento.

Lesão do nervo Mediano pode ocorrer em até metade dos pacientes com fratura supracondiliana do Tipo III.

Lesão do nervo Radial pode ocorrer em até 25% dos pacientes com fratura supracondiliana do Tipo III.

As fraturas supracondilianas podem ser frequentemente tratadas com pinos percutâneos, mas podem requerer redução aberta e/ou exploração para verificar se existem lesões vasculares, ou então quando não se consegue uma redução adequada com a manipulação fechada (reduzir sem intervir cirurgicamente).




Déficits neurológicos geralmente (mas nem sempre) resolvem-se em 3-6 meses.
A amplitude de movimento da articulação pode não retornar em até 12 meses, no entanto a movimentação da articulação deve ser motivada o quanto antes, acarretando melhora precoce e menos riscos de perder a mobilidade desta.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

DOR ABDOMINAL AGUDA EM PACIENTE DE 76 ANOS



DOR ABDOMINAL AGUDA EM PACIENTE DE 76 ANOS.
Gautam Dehadrai, MD
CME Released: 08/25/2010; Valid for credit through 08/25/2011
Acute Onset of Abdominal Pain in a 76-Year-Old Man






Um homem de 76 anos dá entrada na emergência queixando-se de uma dor abdominal de início súbito. A dor começou 4 horas antes de apresentar-se no pronto socorro, e é de caráter persistente, ela apresenta-se no abdômen superior e centralizada no epigástrio. O paciente descreve a dor como profunda e ardente. Não apresenta nâuseas e vômitos, relata não ter mudança de hábito intestinal e nega febre. A revisão de sistemas mostrou-se também negativa para qualquer perda de peso recente ou trauma. O paciente também relata ter apresentado "indigestão" no passado, a qual causou dor semelhante à que ele está sentindo, porém com muito menos intensidade.
Sua história médica pregressa apresenta doença coronariana e hipertensão. Faz uso de duas medicações, ambas para controlar a pressão arterial. Nega beber excessivamente e nega tabagismo.
No exame físico o paciente apresenta-se pálido e em evidente desconforto, com frequência cardíaca em 122 bpm e pressão arterial em 110/65 mmHg. Taquipneico com mais de 30 irp. Temperatura corporal em 37,3ºC, oximetria de pulso com saturação em 100%. Achados cardiorespiratórios são normais. O paciente tem sensibilidade significativa na região epigástrica com um abdômen rígido. Há pouca ou nenhuma sensibilidade à palpação no abdômen inferior, já a avaliação do abdômen superior não é possível devido a dor apresentada na região epigástrica. Ruídos hidroaéreos aumentados na ausculta. As fezes estão com cor marrom e o exame de sangue oculto nas fezes é positivo.
Um eletrocardiograma foi realizado e mostrou-se normal, exceto por uma taquicardia sinusal. O hemograma mostrou anemia leve com concentração de hemoglobina de 12.7 g/dL. Maiores estudos evidenciaram azotemia leve, com um nível de uréia de 17,1 mmol / L (48 mg / dL) e um valor de creatinina de 106 mmol / L (1.2 mg / dL). O restante dos exames laboratoriais foram normais. Radiografias simples de abdômen foram realizadas (ver figura 1A e 1B).
Dica: Tanto o interior e as paredes exteriores do intestino são visíveis.






DISCUSSÃO:

Definição clara das duas paredes do interior e exterior da parede do intestino na Figura 2A (o sinal Rigler, veja abaixo a explicação) e a presença de ar livre, sob o hemidiafragma direito na Figura 2B demonstra pneumoperitônio. O diagnóstico diferencial de pneumoperitônio inclui causas iatrogênicas (ex. diálise peritoneal, cirurgia abdominal incluindo laparoscopia e laparotomia, após a qual o pneumoperitônio pode persistir por até 28 dias), trauma contuso ou penetrante, perfuração das vísceras ocas (por exemplo: úlcera gástrica, úlcera duodenal), intestinalis pneumatosis ou pneumatosis coli, insuflação vaginal e gás do mediastino (por exemplo, de barotrauma) [1].
Embora muitos pacientes com úlcera péptica perfurada apresentem-se inicialmente com dor abdominal intensa, bem como com sensibilidade epigástrica e sinais clássicos de peritonite, os pacientes idosos, imunodeprimidos, ou que tenham estado mental alterado podem ter apenas sinais e sintomas mínimos. Em um estudo com pacientes acima de 60 anos com úlcera perfurada, somente 70% tiveram dor abdominal. Outros pacientes referiram sintomas que incluiam dispepsia, anorexia, náuseas e vômitos. Dores abdominais severas estavam presentes somente em 16% dos pacientes. Cerca de 6% dos pacientes com úlcera perfurada não têm achados abdominais. Na maioria dos casos de perfuração por doença ulcerosa, o conteúdo gástrico, duodenal (ou seja, bile, bolo alimentar, bactérias), vazam para a cavidade peritoneal, resultando em peritonite e aumentando o risco de infecção e formação de abscessos. Além da sepse pode haver hipotensão e choque.
A fisiopatologia da úlcera duodenal é uma condição comum que se caracteriza pela presença de um defeito bem demarcado da mucosa do duodeno. Aproximadamente 95% das úlceras duodenais são encontradas na primeira parte do duodeno, a maioria é menor que 1 cm de diâmetro. Um diagnóstico rápido e preciso combinado com o tratamento pode prevenir complicações potencialmente graves, como perfuração (que ocorreu no presente caso). A mucosa duodenal resiste aos danos provocados pelos efeitos do ácido gástrico e da enzima proteolítica pepsina, devido as qualidades de proteção da camada mucosa/gel produzida pelas células epiteliais secretoras de muco, secreção de bicarbonato por outros componentes celulares gástricos e duodenais, e prostaglandinas protetoras. Se o ácido gástrico e a pepsina penetrarem a camada mucosa e atingirem as células epiteliais, as bombas de íons na membrana celular basolateral regularão o pH intracelular removendo os íons hidrogênio em excesso; células epiteliais saudáveis migrarão para o local da lesão; e o fluxo sanguíneo da mucosa serve para remover qualquer excesso de ácido difundido através da mucosa lesada. Apesar destes obstáculos e mecanismos para prevenir danos permanentes, ulcerações podem ocorrer.
Qualquer processo fisiopatológico ou iatrogênico que aumente a acidez gástrica (por exemplo, estados de doença com o aumento máximo e basal da liberação ácida), diminui a produção de prostaglandinas (por exemplo, AINE [Antiinflamatório não esteroidal], que inibe a ciclo-oxigenase-1 [COX-1]), ou interfere com a camada mucosa (por exemplo, infecção por Helicobacter pylori levando à estimulação da produção de ácido gástrico) pode resultar na formação de úlcera péptica. [1,3]
Nos Estados Unidos, a prevalência da úlcera duodenal é estimada em 6% -15% na população em geral. A maioria dos indivíduos com úlceras duodenais não têm doença clinicamente significativa. A prevalência está intimamente ligada à presença de infecção por H. pylori. Internacionalmente a prevalência da doença varia entre os países e, como os E.U., está ligada a taxas de infecção por H. pylori [3,4]
Úlceras duodenais podem resultar em significante morbidade e mortalidade. Sua principal complicação é a dor, no entanto, sérias complicações podem incluir úlcera hemorrágica, perfuração, penetração e obstrução. Complicações e mortalidade são maiores em pacientes idosos do que em outras populações de pacientes, possivelmente devido a uma maior incidência de comorbidades e a um aumento da utilização de AINEs neste grupo. [3,4]

Quando há suspeita de perfuração, como no presente caso, uma radiografia de tórax na posição vertical ou decúbito lateral esquerdo pode detectar tão pouco quanto 1-2 mL de gás sob o diafragma ou na margem lateral do fígado, especialmente se as técnicas de posicionamento são usadas rigorosamente. Portanto, esses estudos devem ser as primeiras modalidades de diagnóstico utilizado. Radiografias abdominais supinas são geralmente de pouco valor no diagnóstico de pneumoperitônio. A tomografia computadorizada (TC) é altamente sensível para descrever o pneumoperitônio, e tem a vantagem de ajudar o clínico na identificação da etiologia subjacente em muitos pacientes. [1,5,6]
Numerosos sinais são descritos para o diagnóstico de pneumoperitônio na radiografia simples. Uma das mais conhecidas, o sinal Rigler (também conhecida como a parede dupla ou sinal de baixo relevo), é uma visualização da superfície exterior de uma parede da alça, resultante de ar livre na cavidade peritoneal. O gás intraluminal proporciona um contraste negativo e define a parede interna. O sinal de cúpula, geralmente visto em radiografias supino, é uma luscência arqueada em forma de como invertido que recobre a parte inferior da coluna torácica e sobrepõe-se caudalmente ao coração. Este sinal é formado por ar acumulado anteriormente no espaço subfrênico mediano abaixo da area central da “folha” do diafragma. Os ligamentos umbilical, úraco e particularmente o ligamento falciforme são muitas vezes identificadas como estruturas lineares radiopacas na presença de ar livre. [1,3,5,7]
Outro sinal comum é a coleção de gás no quadrante superior direito, adjacente ao fígado, encontrando-se principalmente no espaço sub-hepático e na fossa hepatorenal, que é visível como uma sombra oval ou triangular em continuidade não evidente com o restante do intestino. Esta coleção é normalmente presente no aspecto medial do quadrante superior direito, com a orientação superomedial inferolateral. [1,3,5,7]
O sinal de futebol americano é a visualização de toda a cavidade peritoneal como uma sombra de gás oval, com o ligamento falciforme orientado verticalmente representando a costura de uma bola de futebol americano. Este sinal é mais frequentemente observado no paciente pediátrico, mas não no paciente adulto, porque no paciente adulto, não há geralmente ar suficiente em relação ao tamanho da cavidade peritoneal. [1,7]
Tratamento não cirúrgico de uma úlcera perfurada está associado com morbidade e mortalidade proibitivos, especialmente em grupos de alto risco, como pacientes imunodeprimidos e idosos. O tratamento cirúrgico é geralmente indicado. O manejo inicial inclui a descompressão gástrica com sonda nasogástrica, controle da dor, hidratação venosa e administração de antibióticos de amplo espectro. Fechamento com um pedaço de omento (patch Graham) e vagotomia troncular com piloroplastia (incorporando a perfuração) são duas abordagens comuns para o tratamento cirúrgico da úlcera duodenal perfurada. A paciente em questão sofreu um reparo com remendo omental para a perfuração duodenal.




Você está examinando um paciente com história de úlcera peptica que apresenta-se com dor abdominal aguda, rigidez e defesa abdominal. Você suspeita que este paciente tem um pneumoperitônio consequente de uma úlcera perfurada. Qual destas seguintes opções de exames de imagem pode ser a primeira escolha na avaliação deste paciente?








******AS RESPOSTAS DAS 3 QUESTÕES SERÃO PUBLICADAS NO PRÓXIMO POST!!!******



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References
  1. Khan AN, MacDonald S, Chandramohan M. Pneumoperitoneum. eMedicine [serial Online]. Last updated: Jun 18, 2008. Available at: http://emedicine.medscape.com/article/372053-overview.
  2. Hilton D, Iman N, Burke GJ, et al. Absence of abdominal pain in older persons with endoscopic ulcers: a prospective study. Am J Gastroenterol. 2001;96:380-384.
  3. Thomson ABR, Leung YPY, Devlin SM, Meddings J. Duodenal ulcers. eMedicine [serial Online]. Last updated: Jul 9 2010. Available at: http://emedicine.medscape.com/article/173727-overview.
  4. Pilotto A, Franceschi M, Maggi S, Addante F, Sancarlo D. Optimal management of peptic ulcer disease in the elderly. Drugs Aging. 2010;27:545-558.
  5. Levine MS, Scheiner JD, Rubesin SE, Laufer I, Herlinger H. Diagnosis of pneumoperitoneum on supine abdominal radiographs. Am J Roentgenol. 1991;156:731-735.
  6. Fujii L, Lau A, Fleischer DE, Harrison ME. Successful nonsurgical treatment of pneumomediastinum, pneumothorax, pneumoperitoneum, pneumoretroperitoneum, and subcutaneous emphysema following ERCP. Gastroenterol Res Pract. 2010;2010:289135.
Hull AM, Buckley P, Wills B. Massive pneumoperitoneum. West J Emerg Med. 2010;11:92.