Apresentação!

Olá pessoal, bem-vindos ao TOME O PULSO!, este espaço destina-se a publicações de relatos de casos e outras informações que venham a ser interessantes.
O blog tem o intuito de promover a interação dos seus visitantes com os casos, solicitando a estes que analisem e descubram o diagnóstico e procedimento utilizados para a situação que está sendo apresentada.
A origem dos casos são várias e confiáveis, boa parte publicados em sites internacionais, que são traduzidos e aqui apresentados da forma mais fidedigna possível.
Quando for solicitada a opinião do leitor quanto ao diagnóstico, fique atendo para barras de outra cor, o diagnóstico ou resposta correta aparecerão quando selecionarem esta barra, tente dar seu diagnóstico antes de ver a resposta. Outra forma de avaliar seus acertos será com a publicação de um caso que somente terá sua resposta publicada quando sair um novo caso, ou seja, você poderá dar seu diagnóstico por comentário e então conferí-lo um tempo depois no próximo post. Qualquer dúvida entre em contato.
Por hora penso que seja isso, conforme a carruagem anda as melancias se ajeitam.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

CRIANÇA DE 3 ANOS COM DOR NO QUADRIL

       Uma criança de 3 anos foi levada ao pronto socorro com reclamação de dor no quadril esquerdo. Sua mãe disse que ela acordou com a dor e se recusou a caminhar o dia todo por causa da mesma. A paciente teve febre baixa e simplesmente “não estava ativa como normalmente”.
     A mãe levou a filha ao pediatra durante a manhã naquele dia. O pediatra diagnosticou otite bilateral e prescreveu um “xarope rosa potente” de amoxicilina. Quando a mãe perguntou ao médico o porque a criança tinha dor no quadril, ele simplesmente disse que ela “dormiu de mal jeito”. A mãe afirmou que aquele profissional não examinou a perna da filha de forma alguma.
     A criança parecia não estar melhorando, então a mãe a levou para o pronto socorro da cidade para outro atendimento.
     Quando a perna foi examinada a criança manteve seu quadril em flexão, rotação externa e abdução, chorava com qualquer movimento da articulação coxo-femoral. Os exames sensoriais, motores e circulatórios distais estavam intactos, os exames foram feitos na medida que o paciente permitia. Havia edema ++/4+ sobre as articulações, ela não conseguia sequer andar. E o exame otoscópico apresentou-se dentro das normalidades.
     Decidiu-se solicitar alguns exames laboratoriais, a contagem de células brancas estava em 13000 com 91% de segmentados. O VHS estava em 120.


     Qual é o diagnostico? Como ele é feito e qual é o tratamento?
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     A Cultura mostrou Staph. aureus, o qual é responsável pela metade dos casos de artrite séptica aproximadamente.
     Uma boa análise de artrite septica pediátrica no quadril encontra-se em Wheeless’ Online Orthopaedics, o critério de Kocher inclui  apoio de peso não do lado afetado, taxa de sedimentação>40, febre, e a contagem de leucócitos> 12.000. Quando todos os 4 critérios estão presentes, artrite séptica tem 99% de probabilidade. Quando 3 destes estiverem presentes, a probabilidade cai para 93%.


     O diagnostico requer aspiração da articulação ou senão ultrassonografia ou fluoroscopia.O tratamento requer drenagem cirúrgica e o uso de antibióticos. O tratamento preliminar é geralmente uma cefalosporina de terceira geração – com os resultados da cultura em curso. Tenha em mente que MRSA é um problema cada vez maior (sem trocadilhos), e que a vancomicina IV pode ser necessária. Também tenha em mente que pacientes com anemia falciforme são propensos a infecções por salmonela nos ossos e articulações. Infelizmente, a artrite séptica pode levar a muitos problemas no quadril a longo prazo, tais como a displasia, deformidades no desenvolvimento da anca e artrite posinfecciosa - mesmo com os cuidados adequados.

     Adendo: Pra você que ainda não leu o Novo Código de Ética Médica, baixe-o aqui: 

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